terça-feira, 31 de agosto de 2010

Como Degustar um Vinho

A vida pode ser encarada de uma forma casual ou levada muito a sério. Assim, nós escolhemos como e quando usar nossa energia e concentrar nossa atenção. A verdadeira degustação do vinho acrescenta uma nova dimensão à rotina básica diária de comer e beber. Ele transforma a obrigação em prazer, uma necessidade básica numa celebração da vida.

No entanto, para degustar um vinho é necessário submetê-lo aos nossos sentidos, analisando-o com muita atenção. Para provar um vinho, você não deve fazê-lo da mesma forma como faz ao beber um refrigerante ou um chá. Muito pelo contrário, degustar um vinho é um verdadeiro trabalho de detetive. Cada passo no processo lhe dará uma pista sobre o vinho, até acumular informações suficientes para elaborar uma opinião sobre o rótulo em questão.

Inicialmente certifique-se de que o vinho ocupe menos da metade da taça. Assim, você poderá agitar e girar sem que o líquido derrame do copo.

O primeiro passo numa degustação é o visual, depois o olfativo e por último o gustativo.

VISUAL:
Observe a limpidez do vinho, se ele apresenta partículas em suspensão. Depois dê atenção à cor do vinho, inclinando o copo sobre uma superfície branca. Note que todo vinho possui um anel periférico, onde o líquido está mais perto da borda do copo. Quanto mais maduro estiver o vinho, mais aquoso será o anel e mais perceptível será a gradação de cor.

Outro aspecto importante quanto à cor dos vinhos é a maturidade. Pode-se afirmar de maneira genérica que os vinhos brancos tendem a ficarem mais escuros com a idade e os tintos mais claros. De acordo com o diagrama abaixo.

Vinhos brancos:
Branco papel -> verdeal -> amarelo palha -> amarelo ouro -> âmbar

Vinhos tintos:
Púrpura -> rubi -> granada -> tijolo -> âmbar

Outro aspecto visual a ser observado são as “lágrimas”. Deve-se girar o copo, segurando-o pela base, para não esquentar o vinho, ao parar de girar o copo, quando o líquido descer pela lateral, forma-se as lágrimas, informando-nos a quantidade de álcool presente no vinho. Quanto mais alcoólico, mais lágrimas e mais estreitas.

OLFATIVO:
Quando se agita o vinho, girando o copo, faz com que se quebre as partículas dos aromas, através da entrada do oxigênio dentro do copo e do vinho. Por isso se diz, oxigenar o vinho.
Deve-se então colocar o nariz dentro do copo e inalar de uma a três vezes e deixar o cérebro solto, para que ele busque uma memória, uma lembrança olfativa de alguma coisa que se assemelhe com aquele aroma.
O “nariz do vinho”, como se diz, consiste em seu aroma e seu buquê. O aroma descreve os odores que vêm da uva. Com o envelhecimento, eles se envolvem num buquê mais complexo de fragrâncias. As fragrâncias mais comuns são:

Vinhos Brancos:
Maçã, pêra, pêssego, melão, limão, manga, abacaxi, manteiga, grão tostado, baunilha, mel, grama recém cortada, aspargo e pimentão.

Vinhos Tintos:
Amora preta, cereja, groselha, pimenta do reino, ameixa, tabaco, fumaça, chocolate, cogumelo, carvalho, café e terra argilosa.

Os aromas podem ser mais ou menos intensos, com maior ou menor complexidade e ainda apresentar ou não uma maior persistência.
Agora que você olhou e cheirou o vinho, está na melhor hora, experimentá-lo.

GUSTATIVO:
O sentido do gosto nos revela quatro sabores: doce, salgado, ácido e amargo. E a sensibilidade cutânea nos dá sensações táteis, como adstringência, aspereza e maciez ou ainda untuosidade.
Mantenha o vinho dentro da boca, por cerca de 10 à 15 segundos, passando-o por todas as partes da língua, para identificar possíveis sensações gustativas.
Na boca você poderá analisar ainda se o vinho possui um bom equilíbrio, ou seja, se não está sobrando álcool ou se possui acidez em excesso. Pois um bom vinho tem como característica básica um equilíbrio notável na boca.
Pode-se perceber ainda um aroma de boca ou retro gosto e ainda notar a persistência do vinho.
Também pense sobre a textura do vinho, como o sente em sua boca? Você o descreveria como sedoso, macio, aveludado, áspero, grande, refrescante, redondo, rico, firme, intenso, ácido, enrugado, luxuriante, cremoso, vigoroso, inexpressivo?

Finalmente, então pense na impressão geral que o vinho lhe causou, desde o aspecto visual ao gustativo. E forme uma opinião sobre ele. Não tenha medo de errar, pois degustar se aprende bebendo e treinando o nariz e a boca, aos diversos e infinitos aromas e complexidades que esse mundo do vinho apresenta.

Saúde e "tim-tim"

Um comentário:

Ciro disse...

Muito interessante.
É realmente uma arte...

Bem bom esse texto como introdução pro exercício da degustação... Fica como consulta e lembrança pra antes das degustações.