Jantar Harmonizado - Cantina Liliana - Adega Alentejana

No dia 29 de setembro, quarta-feira, nos reunimos em cerca de 35 pessoas no salão superior da Cantina Liliana, em Santos. Por volta das oito e meia da noite começaram a chegar os convidados.

Quem chegava, adentrava num salão organizado de forma muito elegante e notava um DVD rolando ao fundo baixinho, da Laura Pausini. Era também recepcionado com uma taça de Espumante Ortigão Bruto, pães, sardela e patê. O espumante é bem equilibrado, com aromas de ameixa seca e uva passa. Na boca notam-se bolhas finas, elegante e tem um final persistente e muito atrativo.

Após alguma espera para chegar todos os convidados, iniciou-se a palestra. Com a palavra o Sr. Luiz Natale, gerente comercial da Adega Alentejana, foi introduzindo as pessoas ao mundo do vinho. Falando um pouco da atuação da importadora no Brasil, regiões viníferas Portuguesas, tipos de uvas encontradas e enquanto ensinava os presentes como degustar, passando pelos aspectos visuais, olfativos e gustativos, foi servido o primeiro vinho da noite juntamente com o primeiro prato.

Chegou então à nossa frente o Rolan Alvarinho 2008, que veio acompanhado de um Filé de Pescada à Fiorentina ( com purê de batata e creme de espinafre ). Vinho não muito alcoólico ( 12,5% ), de cor amarelo palha, no nariz nota-se uma forte presença de abacaxi, flor de laranjeira e frutas cítricas. Na boca a acidez está bem equilibrada, é muito harmonioso e possui um final persistente. A harmonização com o prato foi estupenda, eleita por todos como a melhor da noite. O cítrico do vinho e sua acidez casaram perfeitamente com a pescada, o espinafre e um pouco da gordura que possui o molho e o purê.

Nosso segundo prato foi um delicioso Cappelletti Gratinado acompanhado do fabuloso Paulo Laureano Premium Tinto 2008, disparado o melhor vinho degustado no evento. De cor granada intensa, com alta graduação alcoólica, no nariz notavam-se frutos negros e forte e encantadora presença de tostados e fumados. Na boca se mostrou com taninos fortes, grande presença de madeira, harmonioso e bastante complexo. Com o prato, que também era robusto, com a grande presença de molho branco e toques de noz moscada, ficou incrível, enriquecendo a degustação tanto de um como de outro.

Nossa terceira prova veio em dose dupla, foram nos apresentados o Eugénio de Almeida Tinto 2008 e o Borba Reserva Rótulo de Cortiça Tinto 2005. Para serem harmonizados com a tradicional e deliciosa Pizza de Champignom da Cantina Liliana. O EA mostrou-se um vinho jovem, fresco, macio, com pouca adstringência e bons taninos. Enfim, um vinho redondo e fácil de beber, sem grandes surpresas. Já o Borba, se mostrou um vinho nobre, com aromas ricos, cheio de frutos maduros e especiarias. Nos disse Natale que as garrafas de Borba que foram servidas na degustação, já haviam sido abertas a duas horas, para que respirassem e atingissem o ápice em relação aos seus aromas. Na boca o Borba é macio, com taninos aveludados, suaves e com um final prolongado.

A harmonização dos dois vinhos com a pizza de champignom foi de opiniões divididas, algumas pessoas preferiram o EA com a pizza, dizendo que por ser suave, não se sobressaiu à pizza, que ressaltou todos os seus sabores. Outras pessoas, preferiram o Borba com a pizza, pois a pizza “acalmava” um pouco o excesso de álcool e o peso do vinho.

Chegou a hora então da sobremesa, nos foi servido um Bolo de Semolina com Abacaxi e uma bola de Sorvete de Creme. Para a harmonização foi escolhido o vinho do porto Burmester Ruby. O vinho era sensacional, com aromas de framboesa, amora e morangos, na boca cheio de frutas e com uma estrutura forte e doce. Sua harmonização com o doce não foi tão maravilhosa assim como as outras, nada saiu errado, mas também poderia ter sido melhor. O doce da sobremesa de sobressaiu um pouco ao sabor do vinho, escondendo um pouco suas nuances.

O que nos mostrou esse jantar harmonizado foi que nem sempre o melhor vinho da noite promove a melhor harmonização. Além de que a Cantina Liliana e a Adega Alentejana nos apresentaram um jeito diferente de fazer jantares harmonizados, com muito bom humor, simpatia, onde se passa muito conhecimento de forma descontraída.

Outro grande fato a se destacar foi o serviço da Cantina Liliana, servindo pratos individuais, montados de maneira muito delicada e elegante pelo Chef convidado Arnaldo La Fuente.

O evento então acabou por volta da meia noite, com todos muito satisfeitos e com muitos agradecimentos pelo sucesso do primeiro jantar harmonizado na Cantina Liliana.


Agradecimentos:
Chef Arnaldo La Fuente
Márcio Falbo – Adega Alentejana
Luiz Natale – Adega Alentejana
Pacheco – Garçom da Cantina Liliana
Rogério – Garçom da Cantina Liliana

As uvas e seus Aromas

Neste post decidi falar um pouco especificamente sobre as uvas utilizadas para produzir os vinhos, que são conhecidas como Uvas Viníferas. Existe grande variedade dessa espécie, cada uma é típica de uma região produtora, umas podendo manter suas características quando plantadas em outras áreas e outras apenas produzindo vinhos típicos em suas áreas nativas.

Em outras palavras, existem tipos de uva como a Cabernet Sauvignon, que se adaptam facilmente a diferentes climas e solos, sendo por isto cultivada em praticamente todas as principais regiões viníferas. Já a Nebbiolo, por exemplo, é uma uva que é apenas produzida em Piemonte, na Itália.

Segue abaixo uma lista de variedades brancas e tintas, suas regiões, aromas característicos e detalhes específicos de seus vinhos.


UVAS BRANCAS

A) Chardonnay - É a mais famosa das uvas brancas, original da Borgonha, na França, produz vinhos brancos com aromas de melão, pêssego, manteiga e caramelo.

B) Sauvignon Blanc - Original de Bordeaux, na França, produz vinhos brancos com notável acidez e aromas herbáceos.

C) Riesling - Tem origem germânica, acidez elevada e produz vinhos brancos com aromas frutados, de damasco, pêssego, mineral, "pedra de isqueiro", petróleo, querosene e tostado.

D) Chenin Blanc - Original de Loire, também na França, tem uma acidez harmoniosa e produz vinhos brancos com aromas com toques de mel, maça verde, nozes e avelãs.

E) Gewürztraminer - É uma varietal extremamente aromática, atingindo o seu grau máximo de qualidade na Alsácia, na França, mas produz com elegância e fineza também na região de Pfalz, na Alemanha e ainda na Austrália, Califórnia e Chile. O vinho branco produzido com essa uva tem um perfume floral, aroma de lichias, gengibre e canela. Sendo geralmente um vinho bastante encorpado, com textura untuosa, elevado teor alcoólico e baixa acidez.

F) Moscatel - É encontrada em maior quantidade na França e Austrália. Produz vinhos brancos com aromas de uva, laranja, rosas, uva passa e cevada.

G) Sémillon - Original de Bordeaux, produz vinhos com aromas de mel, cera, grama e torradas.


UVAS TINTAS

A) Cabernet Sauvignon - É a uva tinta mais conhecida e difundida em todo o mundo, seus vinhos tintos normalmente apresentam aromas de cassis, frutas negras, pimentão e até caixa e charutos.

B) Merlot - É encontrada em Bordeaux, Califórnia, Chile e Austrália. É uma uva menos tânica, com grande riqueza textural e produz vinhos tintos com aromas de frutas negras, herbáceos e chocolate.

C) Pinot Noir - É a mais delicada das uvas tintas, sua produção é quase que exclusiva na Borgonha, na França, mas pode ser encontrada também em Oregon, nos EUA. Produz vinhos tintos com perfumes de frutas silvestres, frutas do bosque, carne de caça, carne maturada, alcaçúz e trufas.

D) Tempranillo - É original da Espanha, produz vinhos com altos taninos, grande acidez e com aromas de especiarías e frutas vermelhas.

E) Syrah / Shiraz - Encontrada mais facilmente na França e Austrália, essa uva é conhecida por produzir vinhos mais concentrados e escuros, tânicos, densos, alcoólicos, com muitos aromas, como torradas, animais, frutas escuras maduras em geléia e sabores de especiarias.

F) Gamay - Típica da região de Beujolais, na França. Possui alta acidez, frescor inigualável, produz vinhos leves e frutados, com aromas de banana, caramelo, chiclete, acetona e morangos silvestres.

G) Nebbiolo - Típica de Piemonte, na Ítalia, produz vinhos escuros, secos, grandiosos, com grande acides e bastante tânicos. Apresenta aromas de alcatrão, alcaçúz, violetas, rosas, ameixas secas e chocolate amargo.

H) Sangiovese - Originária da Toscana, no centro da Itália, apresenta vinhos levemente picantes, com aromas de cereja amarga, especiarías, tabaco e ervas.

I) Malbec - Tem origem na França, é muito produzida na Argentina, produz um vinho macio, suave e fácil de beber. Apresenta aromas de ameixas, violeta e especiarías.

J) Carmenere - Originária do Chile, tem um corpo médio, taninos mais amigáveis e suaves, com aromas de framboesa, frutas vermelhas, terra úmida, especiárias e vegetais.


Assim sendo, com as descrições acima, você agora pode melhor saber o que esperar de cada varietal e qual a região em que ela produz melhores vinhos, podendo ainda auxiliá-los nas próximas compras e degustações.

Forte abraço.

Como Degustar um Vinho

A vida pode ser encarada de uma forma casual ou levada muito a sério. Assim, nós escolhemos como e quando usar nossa energia e concentrar nossa atenção. A verdadeira degustação do vinho acrescenta uma nova dimensão à rotina básica diária de comer e beber. Ele transforma a obrigação em prazer, uma necessidade básica numa celebração da vida.

No entanto, para degustar um vinho é necessário submetê-lo aos nossos sentidos, analisando-o com muita atenção. Para provar um vinho, você não deve fazê-lo da mesma forma como faz ao beber um refrigerante ou um chá. Muito pelo contrário, degustar um vinho é um verdadeiro trabalho de detetive. Cada passo no processo lhe dará uma pista sobre o vinho, até acumular informações suficientes para elaborar uma opinião sobre o rótulo em questão.

Inicialmente certifique-se de que o vinho ocupe menos da metade da taça. Assim, você poderá agitar e girar sem que o líquido derrame do copo.

O primeiro passo numa degustação é o visual, depois o olfativo e por último o gustativo.

VISUAL:
Observe a limpidez do vinho, se ele apresenta partículas em suspensão. Depois dê atenção à cor do vinho, inclinando o copo sobre uma superfície branca. Note que todo vinho possui um anel periférico, onde o líquido está mais perto da borda do copo. Quanto mais maduro estiver o vinho, mais aquoso será o anel e mais perceptível será a gradação de cor.

Outro aspecto importante quanto à cor dos vinhos é a maturidade. Pode-se afirmar de maneira genérica que os vinhos brancos tendem a ficarem mais escuros com a idade e os tintos mais claros. De acordo com o diagrama abaixo.

Vinhos brancos:
Branco papel -> verdeal -> amarelo palha -> amarelo ouro -> âmbar

Vinhos tintos:
Púrpura -> rubi -> granada -> tijolo -> âmbar

Outro aspecto visual a ser observado são as “lágrimas”. Deve-se girar o copo, segurando-o pela base, para não esquentar o vinho, ao parar de girar o copo, quando o líquido descer pela lateral, forma-se as lágrimas, informando-nos a quantidade de álcool presente no vinho. Quanto mais alcoólico, mais lágrimas e mais estreitas.

OLFATIVO:
Quando se agita o vinho, girando o copo, faz com que se quebre as partículas dos aromas, através da entrada do oxigênio dentro do copo e do vinho. Por isso se diz, oxigenar o vinho.
Deve-se então colocar o nariz dentro do copo e inalar de uma a três vezes e deixar o cérebro solto, para que ele busque uma memória, uma lembrança olfativa de alguma coisa que se assemelhe com aquele aroma.
O “nariz do vinho”, como se diz, consiste em seu aroma e seu buquê. O aroma descreve os odores que vêm da uva. Com o envelhecimento, eles se envolvem num buquê mais complexo de fragrâncias. As fragrâncias mais comuns são:

Vinhos Brancos:
Maçã, pêra, pêssego, melão, limão, manga, abacaxi, manteiga, grão tostado, baunilha, mel, grama recém cortada, aspargo e pimentão.

Vinhos Tintos:
Amora preta, cereja, groselha, pimenta do reino, ameixa, tabaco, fumaça, chocolate, cogumelo, carvalho, café e terra argilosa.

Os aromas podem ser mais ou menos intensos, com maior ou menor complexidade e ainda apresentar ou não uma maior persistência.
Agora que você olhou e cheirou o vinho, está na melhor hora, experimentá-lo.

GUSTATIVO:
O sentido do gosto nos revela quatro sabores: doce, salgado, ácido e amargo. E a sensibilidade cutânea nos dá sensações táteis, como adstringência, aspereza e maciez ou ainda untuosidade.
Mantenha o vinho dentro da boca, por cerca de 10 à 15 segundos, passando-o por todas as partes da língua, para identificar possíveis sensações gustativas.
Na boca você poderá analisar ainda se o vinho possui um bom equilíbrio, ou seja, se não está sobrando álcool ou se possui acidez em excesso. Pois um bom vinho tem como característica básica um equilíbrio notável na boca.
Pode-se perceber ainda um aroma de boca ou retro gosto e ainda notar a persistência do vinho.
Também pense sobre a textura do vinho, como o sente em sua boca? Você o descreveria como sedoso, macio, aveludado, áspero, grande, refrescante, redondo, rico, firme, intenso, ácido, enrugado, luxuriante, cremoso, vigoroso, inexpressivo?

Finalmente, então pense na impressão geral que o vinho lhe causou, desde o aspecto visual ao gustativo. E forme uma opinião sobre ele. Não tenha medo de errar, pois degustar se aprende bebendo e treinando o nariz e a boca, aos diversos e infinitos aromas e complexidades que esse mundo do vinho apresenta.

Saúde e "tim-tim"

Mais uma Harmonização em Casa !!

Em um desses sábados de inverno, sem muitas opções pra fazer, decidimos fazer uma harmonização aqui na minha casa mais uma vez.

Éramos em quatro amigos, mas desta vez foi quase que um fracasso total, muitos vinhos não harmonizaram com nada, metalizaram em nossas bocas, além de que foi feita às pressas. A salvação da noite foi o vinho de sobremesa, maravilhoso.

Para degustarmos com os vinhos, compramos Queijo Parmesão, Queijo Gorgonzola, Patê de Damasco, Patê de Azeitonas Pretas, Presunto Parma e Pães.

O primeiro rótulo da noite foi o Dolcetto D´Alba 2007 - SUOI, ele degustado sozinho percebia-se um corpo médio e levemente frutado, um vinho interessante, mas ao tentarmos harmonizar com o que tínhamos na mesa, veio o desastre. Nada se encaixou perfeitamente com ele, o presunto parma foi o pior, metalizando a boca.

Partimos então para o segundo rótulo da noite, Carmen 2008 - Merlot, a intenção era harmonizá-lo com o gorgonzola, mas também não ficou uma combinação tão mágica. Ele sozinho, na boca é frutado e lembra um bordeaux.

O terceiro rótulo foi um Chateau Latour - Laguens 2006 - Bordeaux, que eu confesso ter um certo preconceito dentro de mim com vinhos franceses. Decidi colocá-lo nesta degustação justamente para desmistificar essa minha implicância infundada pelos vinhos daquele país. Confesso também que ao degustá-lo primeiro, não me atraiu em nada, pelo contrário. Mas todos os outros presentes adoraram o vinho, para alguns até foi o melhor da noite. Diante disso, decidi então insistir e finalmente consegui entender o paladar todo particular do vinho francês, principalmente e particularmente de um Bordeaux. É um vinho com bastante frutas vermelhas, com notas minerais e que acompanhou tranquilamente queijos como o parmesão.

O quarto e último rótulo antes do vinho de sobremesa foi o 1865 - Carmenere, um vinho interessante, com um bom corpo, muitas especiarías, presença marcante de baunilha, tabaco, cereja, ameixa e com um bom final. Na minha opinião o mais complexo da noite.

E por último, o La Joya - Gewürztraminer, um vinho de sobremesa de 2007 que foi para todos os presentes a sensação da noite. Para acompanhá-lo tínhamos um mini-bolo de morango com creme para cada participante. A harmonização foi perfeita, nota-se em seu corpo frutas brancas maduras, toques florais, flor de laranjeira, rosas, cravo e apresenta ainda um final longo e intenso. A sua combinação com o doce foi excepcional, quando colocávamos o doce na boca e depois o vinho, um realçava o sabor do outro, como deve ser.

Não se tem muito costume de consumir os vinhos de sobremesa aqui no Brasil, acredito eu que além do aspecto cultural, seja também pelo preço, pois uma garrafa de 375ml desse La Joya, por exemplo, custou-nos R$ 49,00. Mas mesmo assim digo que é uma experiência que todos que apreciam vinhos devem passar pelo menos uma vez, em alguma ocasião. Vale a pena.

Para finalizar, gostaria de dizer que essa degustação em casa, serviu para nos mostrar que nem sempre as harmonizações e combinações que imaginamos realmente ficam boas. Podemos errar, aliás, foi até interessante para nós participarmos de uma harmonização em que quase nada harmonizou, pois pudemos perceber a importância e a veracidade dessa função de combinar os quitutes certos com os rótulos certos.

Um grande abraço à todos. Até a próxima.

Jantar Harmonizado na Cantina Liliana

O primeiro jantar harmonizado da Cantina Liliana acontecerá em parceria com a Adega Alentejana, no salão superior da Cantina, no dia 8 de setembro, quarta-feira, as 20 horas.

O preço do convite individual é de R$ 90,00 e o de casal é de R$ 170,00.

É uma ótima oportunidade para degustar excelentes vinhos com pratos muito saborosos.

Quem estiver interessado deve comprar logo seu convite na Cantina, pois as vagas são limitadas.

Um abraço e nos vemos lá.

Prateleira de Supermercado

Atendendo à pedidos de vários amigos e visitantes do blog, resolvi desenvolver esse post, que foi mais como uma pesquisa.

Muitas vezes, muitas pessoas apaixonadas pelo mundo do vinho não dispõe do capital necessário para adquirir um rótulo mais caro, mais reconhecido e premiado, mas não significa que essas pessoas tenham que se privar de degustar os melhores aromas e sabores que esses vinhos possam oferecem, pois eles também podem ser encontrados em vinhos mais baratos e disponíveis nas prateleiras dos supermercados.

Resolvi me limitar à faixa de preço de até R$ 45,00, e assim dar dicas de compras de vinhos bons e ótimos. Pretendo assim, ajudar na escolha diante de uma situação de dúvida.

Segue, portanto, uma pequena lista, que podemos chamar de "Boa Compra":

* Italiano Branco Frascati San Marco - R$ 20,22

* Italiano Branco Lambrusco Meio Seco Cavicchiolli - R$ 21,29

* Italiano Branco Lambrusco Meio Seco Valdorella - R$ 19,15

* Italiano Tinto Bardolino Vardorella - R$ 19,15

* Italiano Tinto Corvo - R$ 42,69

* Italiano Tinto Montepulciano D´Abruzzo Farina - R$ 23,21

* Italiano Tinto Montepulciano D´Abruzzo 2008 Bonacchi - R$ 26,84

* Italiano Tinto Sangiovese di Toscana 2009 - R$ 27,98

* Português Branco Dão Grão Vasco - R$ 34,13

* Português Branco Gazela - R$ 34,13

* Português Tinto Alabastro - R$ 21,29

* Português Tinto Monsaraz - R$ 29,85

* Português Tinto Reguengos - R$ 21,29

* Português Tinto Dão Grão Vasco - R$ 34,13

* Português Tinto Monte Velho - R$ 40,55

* Argentino Tinto Alamos Bonarda 2008 - R$ 29,74

* Argentino Tinto Alamos Cabernet Sauvignon 2008 - R$ 29,74

* Argentino Tinto Alamos Syrah 2008 - R$ 29,74

* Argentino Tinto Encuentro Malbec 2008 - R$ 23,90

* Argentino Tinto Alamos Malbec 2008 - R$ 29,74

* Argentino Tinto Alamos Tempranillo 2008 - R$ 29,74

* Argentino Tinto Alto Las Hormigas Malbec 2009 - R$ 37,84

* Chileno Tinto Carmen Classic Carmenère 2008 - R$ 31,50

* Chileno Tinto Casa Lapostolle Cabernet Sauvignon 2007 - R$ 42,06

* Argentino Tinto Pinot Noir Trapiche - R$ 23,43

* Argentino Branco Chardonnay Los Cardos - R$ 21,90

* Argentino Tinto Bonarda Finca la Linda - R$ 32,90

* Argentino Tinto Cabernet Sauvignon Los Cardos Dona Paula - R$ 38,41

* Francês Tinto Baron D´Arignac - R$ 23,43

* Brasileiro Tinto Miolo Seleção - R$ 21,29

Aí estão vinhos bons, alguns muito bons e outros ótimos, que podem sim ser encontrados nas prateleiras de supermercados por uma faixa de preço mais acessível.

Como puderam ver, eu resolvi não incluir nessa lista os vinhos mais conhecidos por todos, justamente para abrir um pouco mais o nosso horizonte, ampliarmos nosso portfólio de rótulos degustados e sairmos um pouco dessa compra repetitiva dos famosos Periquita, Santa Helena e Santa Carolina.

Esses vinhos da lista foram pesquisados em alguns supermercados, sites e importadoras, e podem ser encontrados com esse preço nos seguintes pontos:
a) Supermercado Pão de Açúcar
b) Hipermercado Extra
c) www.mistral.com.br

No caso dessa última, a Mistral, é uma importadora que vende vinhos também pela internet a um preço muito bom, recomendo, pois apesar do meu pré-conceito em comprar vinhos pela internet, eles, por várias vezes, chegaram muito rapidamente, bem embalados e em ótimo estado.

Espero poder ter contribuído de alguma forma, aguardo comentários e dicas para próximos posts.

Abraços!!

Jantar Harmonizado - da Sorata

No último dia 9, participei de um maravilhoso jantar harmonizado, mais uma vez organizado pela importadora Zahil Litoral, só que desta vez nas dependências do encantador Ristorante da Sorata.

Fomos recepcionados pelo sommelier da casa que juntamente com o organizador da Zahil nos acomodaram logo em nossos assentos, ofereceram-nos água enquanto aguardávamos os próximos convidados chegarem.

Iniciamos o Menu com um Parmeggiana de Beringela, que estava excelente, um pouco frio, mas nada que ofuscasse o seu maravilhoso sabor. Para harmonizar, foi-nos sugerido o nosso conhecido Salentein Chardonnay 2008, um vinho branco, rico, leve e que degustado junto com o Parmeggiana, fez "crescer" o manjericão presente no prato de forma surpreendente e encantadora.

Partimos então para o Primo Piato, como se diz na Itália, que foi um Tagliarine Outonal, um delicioso prato à base de queijo gorgonzola. Diante de um prato assim, com molho branco, com um queijo considerado forte, veio um vinho à altura, Baroness Nadine Chardonnay 2007, que apesar de ser da mesma uva do primeiro, nada se compara. Esse vinho veio como uma luva para o prato apresentado, um vinho untuoso e perfumado.

Como Secondo Piato tivemos uma Paleta de Cordeiro com Batatas aos Murros e Molho de Cogumelos Paris, e para harmonizar dois vinhos, The Darry´s Original 2006 e A Sírio Rosso, o primeiro com toques de frutas maduras e até um fundo de grafite no aroma harmonizaram muito bem com o prato, mas o segundo vinho, o italiano, surpreendeu à todos pela sua riqueza aromática e um discreto defumado, espetacular. E ainda tem mais, de acordo com o palestrante da noite, o A Sírio Rosso se torna mais atraente ainda por ser produzido em reduzida quantidade, cerca de 900 caixas anuais, o que garante essa certa exclusividade e qualidade no resultado final.

De sobremesa, sinceramente, eu achei que nada mais poderia nos surpreender, nos foi servido um maravilhoso Semifredo ao Torrone e para acompanhar um vinho branco de sobremesa, que confesso mais uma vez, já não esperava mais nada, muito menos combinando com uma sobremesa tão gostosa quanto àquela, um Le Dauphin de Guiraud Sauternes 2004. Mas aconteceu que como uma mágica aquela sobremesa tão boa e aquele vinho delicadamente doce, com notas de mel, açafrão e ao mesmo tempo com uma acidez viva se fundiram numa perfeição que poucas harmonizações atingem.

Foi espanto geral, era como se todos alí que provassem o vinho e a sobremesa subissem aos céus das harmonizações com os sinos tocando, foi algo que eu pelo menos não me lembro nunca antes de ter sentido. Foi um casamento perfeito, sem dúvida nenhuma esse Le Dauphin me proporcionou uma das 3 melhores harmonizações da minha vida.

E assim, com essa chave de ouro, se encerrou mais um jantar harmonizado, mas esse valeu cada centavo, os pontos altos da noite foram o ambiente encantador do pequeno Ristorante da Sorata, o A Sírio Rosso e claro esse vinho de sobremesa Le Dauphin de Guiraud Sauternes 2004.

Harmonização em casa !!

Juntamente com alguns amigos, decidi fazer um "Queijos e Vinhos" aqui em casa, mas ao contrário do que se pensa, é muito mais complicado do que qualquer outra harmonização quando se pensa em associar queijos e vinhos.
Fui então numa loja de um grande amigo aqui em Santos mesmo, loja de importadora, linha excelente de produtos e preços mais que especiais. Montamos então com a ajuda mais que imprescindível do Murilo da Zahil Importadora uma linha para a nossa degustação.
Começamos com um espetacular queijo de cabra e para harmonizar um vinho da Nova Zelândia, um Framingham - Sauvignon Blanc. Resultado: Espetacular, um nariz maravilhoso, a evidência mais que notória do maracujá, notas de pimenta e herbáceas.
Passamos então para talves, o que pensávamos ser a harmonização mais complicada da noite, um queijo gorgonzola, para isso trouxemos à mesa um espanhol mais que especial, Salamandra - Hermanos Lurton - Tempranillo.Resultado: Todos ficamos apaixonados pelo chocolate presente em seu aroma, além de um leve toque de tostado, que juntos encaixaram perfeitamente no gorgonzola.
Para o parmesão e alguns patês, tínhamos dois rótulos, o primeiro era um italiano, o Sangervasio Rosso - Sangiovese/Merlot/Cabernet Sauvignon, um vinho conhecido como "mini" super-toscano, potente e de qualidade, um vinho macio, redondo, mas nada de especial, enfim, um vinho fácil de tomar.
Por último abrimos o que para alguns dos presentes foi o melhor da noite, um espanhol, o Viña Alberdi - La Rioja Alta. Resultado: Simplismente um espetáculo de aromas e sabores, no nariz nota-se frutas vivas e intensas, mas com toda delicadeza necessária, ainda percebe-se muito perfumado e uma acidez fresca. Delicioso e possibilita um grande leque de acompanhamentos com comidas.
Depois de termos aberto o Viña Alberdi, deixamos fluir livre a degustação e cada um foi se servindo do seu predileto e tentando brincar com as harmonizações possíveis com os queijos, pães e patês.
Mas o ápice da noite sem dúvida foi o maracujá do Sauvignon Blanc da Nova Zelandia e o chocolate do Salamandra. Resumindo, uma noite especial, com vinhos especiais e pessoas sensacionais.
Fica a pedida para uma próxima harmonização... quem sabe amanhã ? :)
Abraços

Dicas de sites:
www.zahil.com.br
zahillitoral.blogspot.com

Vinhos Americanos

Decidi colocar aqui como primeiro post, uma pesquisa bacana que fiz para um grande amigo meu que foi aos Estados Unidos, passou um ano por lá e quando voltou me disse que enfrentou alguma dificuldade para encontrar vinhos bons ou ao menos vinhos conhecidos lá na Califórnia.
Curioso, decidi pesquisar mais sobre vinhos nessa região e nos Estados Unidos como um todo. Fiquei espantado ao perceber que ao contrário do que parece, os EUA têm grandes produtores e até alguns vinhos fantásticos.
O mesmo amigo que voltara de lá à um ano, decidiu embarcar denovo para trabalhar no país de Obama, mas desta vez queria que ao chegar lá ele tivesse ao menos um guia para não passar "sede" nas terras americanas.
Iniciei a pesquisa partindo do filme Sideways, onde a pinot noir de Oregon tornou-se conhecida e difundiu-se pelo mundo, visitando alguns sites de importadoras cheguei a algumas dicas para o meu grande amigo:

* Artemis Napa Valley - Cabernet Sauvignon 2005 - Stag´s Leap Wine Cellars
(É um californiano premiadíssimo pelo mundo nessa safra, ganhou inclusive indicação de vinho do mês e possui 90 pontos no Robert Parker, as outras safras também devem ser excelentes, custa aqui no Brasil, por volta de R$ 210,00)

* Domaine Drouhim - Pinot Noir - Oregon
(Clássico Pinot Noir de Oregon, excelente vinho)

* Robert Mondavi - Zinfandel

* Blosson Hill Tinto
(Percebi que esse vinho é mais facilmente encontrado nos mercados, como se fosse um vinho mais corrente e mais comercial, como um almadém, santa helena ou periquita aqui no Brasil)

Se eu tivesse que generalizar eu diria para sempre procurar por:
-Chardonnay Californianos, costumam ser bons.
-Robert Mondavi, qualquer um dele tende a ser excelente.

E depois dessa pesquisa enviada ao meu amigo, descobri um último vinho para adicionar à essa lista, primeiramente me chamou a atenção pelo nome peculiar, mas sua qualidade é implacável.

* Francis Coppola Blue Label Merlot

Bom, é isso, conforme eu for me deliciando com esse mundo dos vinhos vou postando aqui, não sou nenhum especialista, sommelier ou algo do tipo, apenas um cara que adora e é fascinado por esse mundo dos vinhos, harmonizações e degustações.
Um grande abraço !!

Dica do filme - SIDEWAYS -http://www.imdb.com/title/tt0375063/